terça-feira, 10 de julho de 2007

Sentido de estado

Expio um verme fascista fora do casulo
Uma saudade pidesca
De brilhantina e óculos de massa:

Renuncia à liberdade poética
Almeja uma política lilial, com dias contados
Dentro da massa de essência
Turvante etílico sem sentido
Boca fronteiriça e o fim dos lábios
Um desperdício de solidão.
Sorri quanto baste
Evacua silenciosamente
Com gravata distinta e luvas de pele
Aquando das visitas à Roménia
Visita-a assiduamente;

Mudou para lá o Tejo e algumas paisagens budistas
Fundou uma espécie de lusonacionalismo espiritual
Passa férias na Sibéria, como qualquer eremita moderno
Retracta-se com a alma e corre ao inimigo
Subservientemente, cria condições para a revolução de sentido
Dissemina a estranha nova
Pede, por favor, uma omelete com passas e puré de limão
E rapta a filha mais velha do vendedor de apólices
Junto ao parque de estacionamento
Declara-a guarda dos pessegueiros em flor
Confeccionista de recepções invulgares
E deposita-a no quiosque sujo da esquina
Demanda o pagamento em guardas-chuva ingleses
Tolerando apólices incontinentais
Previne a rua do seu outro nome
Do centro do árctico publicita uma bebida trasnsiberiana
Explodindo a atenção dos turistas bascos
Sublimina o hábito selvático
Autosegredando como poucos a moral
É o nosso homem!

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