Vale de “Blues”
Vale-nos a bebedeira colorida
no concilio de escravos azuis
subterrados
os corações na forma de um grande toldo verde
recobrindo penas ardentes a esplendor ensebado
de azul-à-espera que o azul surta efeito.
Vale-nos o amor afogado de verdade
a segurança noctívaga das asas de cânfora
em livre trânsito pela Ásia
vozes dilatadas dentro da cabeça
segredos de algodão cuspido com a alma
e uma algibeira de talentos.
Vale-nos alcançar a repelões os lábios
a lengalenga interestícia
a febre feérica d’ acanto
os caixeiros viajantes de amor.
Vale-nos valer-lhes amar de mais géneros de dor
formas múltiplas de gizar
a boca lassa de bocejos
e o deleite morno do trocar de braços.
Vale-nos a valsa modorrenta
os reverberantes arranhas céus
ao fundo da escadaria uma morte assim pachorrenta.
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